quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Momento é bom para investir em treinamento de pessoal


O ano de 2015 será bastante desafiador para alguns segmentos, principalmente em termos de crescimento econômico. Exatamente por isso, as empresas devem aproveitar esse momento e investir em treinamento e desenvolvimento, repensar processos e mudar procedimentos. “Treinar é desenvolver o talento humano e, para desenvolvê-lo, é preciso maturação”, avalia Alfredo Castro, sócio-diretor da MOT, empresa especialista em desenvolver talentos. No entanto, segundo ele, nem todas as corporações têm essa postura, o que pode gerar problemas em um futuro próximo.

  


 

Segundo o especialista, metade das empresas brasileiras está dimensionando os treinamentos de 2015 com timidez - “um erro estratégico”, diz. “A outra metade está investindo pesado nesse foco, como é o caso da GE, que inaugurou um centro de treinamento no Rio de Janeiro, antecipando-se às demandas que estão por vir e dando um passo ousado em relação ao futuro. Também percebo um movimento de empresas que estão criando suas Universidades Corporativas, o que é muito bom”.

Para Castro, a empresa tem que decidir aonde ela quer chegar em um futuro próximo, pois, se não investir, terá problemas já em 2015 ou 2016. “Treinar é um processo que exige maturação. É quando a produção está em baixa que se deve voltar a atenção para o treinamento, pois há tempo para isso.”


  

  

Quem quiser fazer a diferença em 2015, usando o T&D como caminho, precisa, ainda, seguir outros caminhos importantes, ensina o especialista. "voltar os esforços para recompor a liderança; levar os mais jovens a entender a importância de valorizar as gerações mais maduras e fazer com que as equipes percebam que essa convivência é positiva, pois os mais jovens são capazes de se adaptar muito mais facilmente às novas tecnologias.


Para ele, no Brasil há um paradoxo cuja origem está no modelo de liderança e na falta de investimento em treinamento. Há um de desemprego com tendência de alta e, ao mesmo tempo, vagas em aberto. “Isso acontece porque não há profissionais capacitados para preenchê-las. Outro aspecto é a inquietação dos profissionais que desejam sair das organizações onde trabalham, mesmo com o mercado oferecendo tão poucas oportunidades. É resultado de um modelo de liderança que, muitas vezes, não consegue manter a motivação nem reter talentos.”

  

 

Retenção de talentos, inclusive, ainda é um problema a ser vencido, na visão de Castro. “É a única forma de sair da mesmice”. Para ele, talento pode ser definido como uma demonstração de resultados com competências acima da média. “Por isso, para reter talentos, é preciso identificar quem está acima da média, quem aceita atividades desafiadoras com criatividade, aplicando inovação”.

Existem dois tipos de profissionais e de empresas: consumistas e criadores. Quanto menor o investimento em talento, mais a empresa se torna consumista, ou seja, ela vai apenas consumir soluções prontas, em vez de criar suas próprias soluções.

  

      
  
“Isso faz com que ela se prenda à sua finitude e, com isso, irá retroceder em 2015. Já o perfil criador cria oportunidades, espaços e soluções novas. Isso é muito bom, pois os clientes não são fiéis às marcas. Eles são fiéis à inovação, aos benefícios que cada produto ou serviço traz, aos resultados concretos. Quando uma empresa começa a perder clientes é um indício de que está se tornando consumidora e que precisa mudar isso”, alerta Castro.

E mesmo neste momento tão delicado do mercado, não adianta as empresas e seus profissionais quererem estabilidade. “Estamos em um momento de muita volatilidade e os líderes precisam se preparar para enfrentar este momento. Há um termo em inglês – VUCA – que traduz isso. Essa sigla pode ser traduzida por: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade. Para lidar com isso, os líderes precisam ter Visão, Entendimento, Clareza e Agilidade”, explica o especialista.


Fonte: http://www2.uol.com.br/canalexecutivo/notas141/101220148.htm